Gosto muito de crianças, de as ver crescer, de as sentir livres, de as ver brincar, da sua curiosidade, da forma espontânea como se riem, da forma inocente e honesta como interagem. Gosto da sua leveza, da sua pureza e da sua bondade.
A minha paixão pela medicina, o meu instinto protetor e um genuíno gosto pela conversa, provaram ser muito úteis. Daí que, a maior característica da minha prática talvez seja o tempo e a atenção que dedico a cada criança e aos respetivos pais.
Gosto de trabalhar com os pais para, em conjunto, descobrirmos a melhor forma de cuidar do seu filho, de chegar até ele, de falar a sua linguagem. Porque a pediatria é muito mais do que curar doenças, é conhecer cada criança e trabalhar para o seu bem-estar de uma forma individualizada desde o nascimento até ao final da adolescência.
Mantenho, de uma forma natural e completamente intacta, toda a curiosidade em relação à evolução da medicina. Faço investigação há mais de duas décadas com o propósito de estar continuamente a aprender e a partilhar conhecimento, para que a saúde publica chegue a todos e não apenas a alguns privilegiados.
Sinto uma enorme alegria sempre que os meus antigos pacientes me trazem os seus filhos à consulta para os acompanhar. É algo que me delicia e me rejuvenesce.
Ao longo dos anos, fui percebendo que a medicina é também uma forma de cuidar de relações e fazer amigos para a vida.
António Brito Avô